segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Escanteios Fotclubisticos, por Santiago Hanaori (3)

Nem tudo é um Viveiro, nem tudo é Mielina

Durante toda a vida, todo e qualquer individuo tem que lidar com expressões comuns, as quais, em verdade escondem a expectativa.
No mundo do futebol todos discutem como atrair talentos ou reter talentos, mas mais misteriosa é a pergunta, se é possível, ou não formar talento. 

É um tema pertinente, pois todos os clubes de futebol precisam para garantir a sua performance crescente, e isso só se faz através de pessoas, de todas as pessoas. Para a atingir as pessoas têm “… a percepção do que realmente deve ser feito e o senso de responsabilidade que obriga à realização de uma obra cada vez melhor”. (Eugénio Mussak)

Existem pessoas que demonstram um bom desempenho no futebol, porque em geral estão bem formadas, e porque têm experiência. Outras, não têm bom desempenho, mas demonstram outra coisa: vontade de aprender, persistência, trabalho e empenho.

Aqui inicia-se o nosso ponto de partida a uma velha questão. Alguns clubes de futebol funcionam como um viveiro, formam os seus atletas, dotam-nos de meios e ferramentas, para a crescente realização de talento. Mas cometem um grande erro. Não usufruem, dos atletas que formam e ajudam a criar, claramente um desperdício de recursos. Aqui fica um ponto sarcástico que leva ao afastamento de alguns jogadores dos seus clubes de berço, não querendo mais voltar.

Mas o talento é trabalhado, não se nasce com ele, este é vindo do erro e da tentativa. Digamos que tente outra vez, falhe outra vez, falhe melhor, assim se consegue aprimorar as técnicas e em certas áreas chegar ao talento e à perfeição de técnicas. Mas há um responsável por este assunto.

Chama-se mielina, é considerada o novo cálice sagrado da neurociência no que respeita a atingir a excelência. Esta não é um traço de carácter, com o qual nascemos, mas sim uma competência que é construída, através das decisões que tomamos à medida que ultrapassamos desafios e dificuldades.
“Sempre defendi que, exceptuando os idiotas, os homens não diferem muito no intelecto, apenas no zelo e no trabalho árduo” (Charles Darwin)

Só desta forma posso chegar à conclusão que no meio das dificuldades, os clubes dotaram os seus agentes de inúmeros talentos, clubes que nunca passaram grandes dificuldades, ficam mais vulneráveis às adversidades e menos capacitados quando faltam os meios que sempre tiveram. 

Deixando muitas vezes ficar um sentimento de posse ao ser descartável.

Agosto 2017
Santiago Hanaori

“Fonte: Código do talento de Daniel Coyle”

Texto escrito em exclusivo para o Alvorada Futebol Clube de Ervidel

3 comentários:

  1. Mais um do Sr. Santiago, e passar os seus ensinamentos aos clubes de futebol, a uns mais derectamente do que a outros.
    Pelo que me estou a aperceber muito ainda vai ser clarificado. 3 textos em 3 semanas, significa que vai ser semanal.
    Finalmente alguém vai defender o nosso clube e ajudar também os outros clubes.
    Muitos parabéns á direcção do Alvorada por esta iniciativa.
    Em especial ao Sr. Santiago pelo trabalho que está a prestar a todos nós.

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  2. Ao que parece o Sr. Santiago ou levou um puxão de orelhas, ou foi demitido. Porque o texto desta semana ainda não apareceu.
    Começou com muita força, mas não se aguentou á bronca.

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    1. O texto desta semana irá aparecer.
      O Alvorada de Ervidel não puxa as orelhas e/ou despede por opiniões dadas por seus colaboradores, somos e temos orgulho de ser um clube pluralista e democrático, onde as opiniões são respeitadas.

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